Impossível não comentar. Diariamente acesso o site da CBN e me deparo com a propaganda reluzente do(a?) Amsterdam Sauer. Um gosto amargo sobe à garganta. Fiz uma viagem há um ano atrás para o Rio de Janeiro e aproveitei para checar a vista maravilhosa do Pão de Açúcar - que a propósito continua linda. Efetuada as devidas paradas para apreciação da vista, resolvi então dar uma olhada nas lojinhas instaladas no local. Deparei-me com uma simpática ave esculpida em cristal exposta na vitrine da Amsterdan Sauer. Um súbito interesse me acometeu e ingenuamente adentrei ao estabelecimento para ver a peça. Mas não sabia da rigorosa seleção de clientela; como não portava uma filmadora, não havia uma máquina fotográfica pendurada no meu pescoço, tão pouco usava um chapéu estilo cata ovo, não fui identificada como uma turista em potencial (para gastos). Até aí tudo bem. Fui ignorada por alguns bons minutos, até que resolvi perguntar pela peça que gostei e que no momento estava sendo embrulhada. A resposta veio imediatamente: "- Já foi vendida." - disse a inóspita vendedora. Insisti para que ao menos me dissesse o valor e a resposta veio em tom irônico: " - É caro!" - Caro quanto? - perguntei. "Mais de (sei lá) 3 mil reais." Não sou idiota. Entendi o recado. Mas estava de bom humor aquele dia e resolvi só explorar o amplo conhecimento da atendente. Perguntei quem esculpiu a obra e outra funcionária respondeu no lugar - " Um artista!" Mas que artista? - perguntei novamente. " A gente não pode divulgar" - disse ela. Não pode divulgar? Como assim??? Interessante... Um artista que não assina suas obras. Ao ouvir meu comentário, a moça gaguejou e em seguida disparou: "Hum... Assina sim, é o Amsterdam Sauer. "
Amsterdam Sauer... Sei!
Amsterdam Sauer... Sei!
4 comentários:
Infelizmente a ignorância de muitas vendedoras e o treinamento dado por elas a clientes que teoricamente, não se enquadram no perfil da loja não acontece apenas na Amsterdam Sauer...
Aqui mesmo em Curitiba tem grandes exemplos
O que é Amsterdam Sauer, hein?
Mais parece nome de drink!
Cara Irmã (ou seria barata irmã?)
Obviamente que Deus nos concedeu ao menos rostos diferentes, apesar de nos manter com a mesma penúria financeira...
Em minha última viagem ao Chile, eu e minha cara de milionário, adentramos à uma loja para questionar o preço de um tabuleiro com peças de xadrez todo feito em lápis-lazuli.
A atenciosa vendedora nos recebeu à porta e sabendo do interesse o retirou da vitrine para que eu pudesse observar melhor, só aí falando que o jogo custava a bagatela de 2600 dolares. Quase caí para trás, com o impacto da notícia...
Obviamente (até pq somos irmãos) também não perdi a oportunidade.
Requisitei de cara um cartão (ou 'una tarjeta' en español) para a senhorita, com os detalhes e os cartões de crédito que a 'tienda' aceitava, logo após de perguntar tudo sobre vários itens de valores semelhantes e sendo atrevidamente puxado pela minha noiva que insistia em afirmar a jovem vendedora que eu não iria comprar nada...
Abrazos!
Hilton Benke :)
"Persegui" você no comentário nos Mini contos perversos, só por causa da Amsterdam Sauer, e vim aqui ver o que vc tinha escrito sobre. Engraçada a antipatia, não imaginava que eles pudessem ser assim. Entrei na A.S. no centro do Rio uma vez, para ver um anel e não fui paparicada mas também ninguém me ignorou. Na H.Stern são sempre bem simpáticos, e já me puseram pra experimentar jóias estando eu de calças jeans, camisetas e carregando livros. Acho que a HStern não precisa desta estratégia para vender. Mas, por outro lado, as vendedoras devem ficar meio entediadas, afinal, a loja nunca está cheia, e devem se divertir com uma ou outra tonta que nem eu que passa por ali pra "brincar" de madame.
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